Roteiro de dois dias em Milão

Todas as vezes em que estive na Itália eu fui a Milão. Na primeira vez, eu demorei 4 dias pra conhecer tudo, usei muito o metrô e ainda deixei alguns pontos de fora do roteiro... Com o passar do tempo, aprimorei o percurso e, da última vez, consegui levar meus pais aos principais pontos turísticos em apenas dois dias!

A cidade é a capital da região da Lombardia e a quinta maior cidade da União Europeia em área urbana. Conhecida internacionalmente como a capital da moda e design, Milão também possui um rico patrimônio cultural e uma culinária riquíssima em pratos variados. Sede de dois grandes times de futebol, o Milan e o Inter de Milão, a cidade é também uma das mais famosas da Itália e oferece diversas atrações turísticas, além de ser um ótimo local de base para alguns bate-volta na região.

O roteiro que vou apresentar abaixo foi feito em dois dias com meus pais e minha filha de 1 ano na época! Então acredito que qualquer um consegue fazer também! rs No primeiro dia, usamos o metrô apenas para chegar e sair do centro turístico; o restante foi todo feito a pé!!! No segundo dia, como as atrações eram mais distantes uma da outra, abusamos mais do transporte público! Nesse segundo dia, compensou comprar o bilhete para o dia inteiro. Vou fazer um post sobre isso em breve! Agora, vamos ao roteiro do primeiro dia (o roteiro do segundo dia está aqui):

# 1 Parco Sempione

É o antigo bosque de caça da família ducal nos tempos áureos do Castelo Sforzesco. Começamos o passeio passando pelo Arco della Pace, uma espécie de Arco do Triunfo milanês construído a mando de Napoleão para a entrada dele na cidade. Cruzamos o parque, que é muito agradável, com muito verde, um pequeno lago, uma fonte, uma pista de atletismo e uma torre, chamada Torre Bianca, aberta à visitação e que proporciona uma bela vista de todo o parque. O local também é bastante frequentado pelos moradores para fazer caminhadas ou apenas para apreciar a bela paisagem.

# 2 Castelo Sforzesco

Construído como uma fortaleza no século XIV, esse enorme e lindo castelo, que já foi palácio ducal, impressiona por sua bela estrutura! Atualmente, ele abriga diversos museus, como o Museu de Arte Antiga, que contém uma sala afrescada por Leonardo da Vinci e a Pietà Rondanini, de Michelangelo.

# 3 Piazza dei Mercanti

Saindo do Castelo Sfozersco, caminhamos pela Via Dante que é uma rua de pedestres com algumas lojas e restaurantes. Se você gosta de lojas, pode também dar uma passada pela Via Orefici, que é paralela à Via Dante, mas nesse caso você não irá passar pela Piazza dei Mercanti, que mantém o ambiente medieval até os dias atuais graças às históricas construções que permaneceram praticamente intactas ao seu redor, como o Palazzo della Ragione, edifício de tijolo avermelhado inaugurado em 1233 para abrigar os tribunais de justiça da cidade; o Loggia degli Osii, edifício de grandes arcos abertos que abrigava os escritórios dos juízes e notários; o Palazzo delle Scuole Palatine, edifício que se tornou a escola superior mais prestigiosa de Milão; a Casa dei Panigarola, local de onde se transcreviam os decretos ducais; e o Palazzo dei Giureconsulti: sede da Câmara de Comércio, cujo relógio na torre foi encarregado de indicar o horário comercial da cidade durante muitos anos.

# 4 Piazza del Duomo

Logo à frente, está o principal ponto turístico da cidade! É na Piazza del Duomo que se encontra a belíssima Catedral de Milão, que começou a ser construída em 1386 e demorou mais de 500 anos para ser finalizada. Ela possui 157m de comprimento, 92m de largura e 108m de altura, e é considerada a terceira maior igreja do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano, e da Catedral de Sevilha, na Espanha. Sua área externa é composta de milhares de estátuas e, assim como sua fachada, o interior também impressiona com o estilo gótico. Em seu ponto mais alto, está a estátua de cobre dourado esculpida por Giuseppe Perego, conhecida como Madonnina, símbolo de Milão. No centro da Piazza Duomo, há também o Monumento Equestre a Vittorio Emanuele II.

# 5 Galleria Vittorio Emanuelle

Também situada na Piazza del Duomo, a Galleria Vittorio Emanuele II é um dos destinos de luxo da cidade. Construída no final do século XIX como um corredor que liga a Piazza del Duomo à Piazza della Scala, a galeria conserva o pavimento original e se destaca pelos belos mosaicos abaixo da cúpula de ferro coberta por placas de vidro. Não deixe de passar pelo touro de mosaico no chão e dar três voltas pelo brasão de armas da cidade de Turim com o calcanhar do pé direito nos testículos do animal para atrair sorte!

# 6 Piazza della Scala

Atravessando a Galleria Vittorio Emanuele II chega-se à Piazza della Scala, que contém uma estátua de Leonardo da Vinci no centro. Ela fica em frente ao homônimo e mais famoso teatro lírico do mundo, o Teatro della Scala. Construído após o incêndio do antigo Teatro Ducale em 1776 e inaugurado em 1778, sua fachada neoclássica não retrata o luxuoso interior do teatro, com muito dourado e vermelho, além do majestoso lustre em vidro e murano. O local, que foi palco de estreias importantes como Otello e Nabucco de Verdi, e Madame Butterfly, de Giacomo Puccini, foi também onde, em março de 1870, o compositor brasileiro Carlos Gomes estreou a ópera O Guarani. É possível conhecer seu interior assistindo a alguma apresentação ou visitando o Museu La Scala.

# 7 Quadrilatero della Moda

Seguindo pela Corso Giacomo Matteotti, chegamos ao famosíssimo Quadrilatero della Moda! De certo, a cidade que é conhecida por ser a capital da moda não poderia deixar de possuir um cantinho dedicado aos fashionistas. A região formada por quatro ruas principais (Via Monte Napoleone, Via Alessandro Manzoni, Via della Spiga e Via Corso Venezia) concentra lojas das principais grifes do mundo e, mesmo quem não pretende fazer compras, vale a pena dar uma passada por lá para conhecer!

# 8 Pinacoteca di Brera

Saindo do Quadrilatero della Moda, seguimos até a Pinacoteca di Brera, considerada uma das melhores coleções de arte de toda a Itália, contendo obras de artistas como Rafael e Caravaggio. Ela está instalada em um palácio construído para os jesuítas sobre o antigo monastério de Santa Maria di Brera Humiliati. Em 1773, a ordem dos jesuítas foi abolida e a Imperatriz Maria Teresa de Áustria fundou no local a Accademia di Belle Arti. Em 1882, a pinacoteca se tornou independente da Accademia e, desde então, sua coleção não parou de crescer. Apesar de ser considerada um dos museus mais importantes do mundo, sua extensa coleção é voltada principalmente para temas religiosos e, por isso, o custo do ingresso acaba não compensando para o público em geral. Nós não entramos, mas visitamos as instalações da Accademia di Belle Arti di Brera e o pátio, que é muito bonito e pode ser visitado gratuitamente.