Quinta das Lágrimas | Coimbra
- Lorena Mendes
- 16 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de fev. de 2020
Agora Inês é morta... Acho que todos conhecem essa expressão popular, né? Mas vocês sabiam que ela deriva de uma história que teria ocorrido em Coimbra, Portugal?! Pois é...

Nos Jardins da Quinta das Lágrimas acumulam-se memórias desde o século XIV, tanto nas suas lendas populares quanto na sua verdadeira história! O documento mais antigo onde a Quinta é referida data de 1326, quando a Rainha Santa Isabel mandou fazer um canal para levar a água de duas nascentes para o Convento de Santa Clara. Ao sítio de onde saía a água chamou-se "Fonte dos Amores" por ter presenciado a paixão de D. Pedro, neto da Rainha Santa, por Inês de Castro.
A outra fonte foi batizada por Camões de "Fonte das Lágrimas" por ter nascido das lágrimas que Inês chorou ao ser assassinada. O sangue de Inês teria ficado preso às rochas do leito, ainda vermelhas depois de 650 anos...
"Lágrimas são a água e o nome amores", escreveu Camões nos Lusíadas.

A história que se conta é que Inês de Castro era amante de D. Pedro, antes de ele ser rei de Portugal. Ela era filha bastarda de um cavaleiro galego e seus irmãos eram partidários da reanexação de Portugal ao Reino de Espanha. Ela era uma das aias de D. Constança, esposa de D. Pedro e, assim, acabou se aproximando muito do príncipe, tendo o romance entre os dois se tornado bem notório e comentado pelo povo - o que representava um desconforto para a coroa portuguesa. Por tal razão, o rei D. Afonso IV ordenou o exílio de Inês de Castro no Castelo de Albuquerque, mas isso não afastou o romance entre os dois, que continuaram a se corresponder com frequência.
Quando D. Constança faleceu, o príncipe D. Pedro, contra a vontade do rei D. Afonso, ordenou que Inês de Castro voltasse à corte para viverem juntos, o que fez surgir a preocupação quanto à influência que a galega poderia exercer sobre o futuro rei. Assim, temendo pela independência de Portugal, D. Afonso IV mandou matar Inês enquanto D. Pedro estava numa excursão de caça. Ao retornar, D. Pedro encontra sua amada morta, e entra em guerra com seu pai, conflito que só veio a ser solucionado com a intervenção da Rainha D. Beatriz.
Após a morte de D. Afonso IV, D. Pedro I é declarado o oitavo rei de Portugal e, então, afirma que tinha se casado secretamente com D. Inês de Castro, legitimando os três filhos que tinha tido com ela. D. Pedro I, então, concedeu a Inês de Castro o título de Rainha de Portugal, mas agora Inês é morta.
A triste história ficou conhecida ao ser imortalizada por Camões no Canto III d'Os Lusíadas, ao assim fazer referência a Inês de Castro "...Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha..."
Daí a expressão "agora Inês é morta", que significa "não adianta mais".
Fonte: Wikipédia e Fundação Inês de Castro.
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