Cartagena | O que fazer #01
- Lorena Mendes
- 19 de abr. de 2016
- 6 min de leitura
Atualizado: 2 de fev. de 2020
Depois de quase um mês de pesquisas e montagem de roteiro, finalmente chegou o dia da viagem a Cartagena e Bogotá. Ao todo, foram quatro dias em cada cidade, contando o dia de deslocamento entre elas.
O primeiro dia em Cartagena foi de pura andança: começamos pelo Convento de Santa Cruz de La Popa, passamos pelo Castillo San Felipe de Barajas e, depois de um almoço sensacional no El Santisimo (vou falar dele em outro post), ficamos o resto da tarde desbravando o Centro Histórico da Ciudad Amurallada. O passeio foi muito interessante e dá, tranquilamente, para ser feito em um único dia, conforme narrado abaixo. O segundo dia você pode conferir aqui.
→ Convento de Santa Cruz de La Popa
Localizado no ponto mais alto de Cartagena, a quase 150m do nível do mar, o Convento de Santa Cruz de La Popa impressiona já na entrada, com seu belo claustro florido, e proporciona uma vista espetacular de quase toda a cidade. O local foi fundado nos idos de 1600 e ficou conhecido como Convento de Santa Cruz de La Popa em virtude do formato do morro no qual está instalado, que lembra a popa de um navio. Seu nome oficial é Convento de Nossa Senhora de Candelária, padroeira da cidade, cuja imagem está no altar da capela.
Se você visitar a cidade entre 24 de janeiro e 02 de fevereiro, poderá acompanhar diversos devotos da Santa subindo até o pico da colina. No último dia, há uma procissão, que vai desde o monastério até o bairro Pie de La Popa, além da tradicional Festa de La Candelaria de La Popa.
Há várias excursões que fazem o passeio para o Convento, mas a maioria é no período da tarde e você, provavelmente, irá cruzar com outros grupos lá em cima. Pela manhã, além de mais vazio, o céu está mais limpo, o que faz com que a vista seja mais bonita! Nesse período é possível ir de táxi tranquilamente. Lembre-se de combinar o preço de ida e volta da corrida, para não ser surpreendido com preços exorbitantes na hora de ir embora.
A entrada para o Convento custa 10.000 COP e não há desconto para estudantes.*
→ Castillo San Felipe de Barajas
Construído em 1657 para proteger Cartagena de ataques piratas, o Castillo San Felipe de Barajas é cheio de túneis e passagens secretas pelos quais vale a pena se perder e ver as antigas celas utilizadas para prender os prisioneiros do rei. Caminhar pelo Forte e observar a cidade lá de cima também é indispensável!!!
Na entrada, a quantidade de ambulantes insistindo para que você compre água ou cerveja pode até assustar - eles são muito insistentes e quando vêm que você é brasileiro passam a gritar que “es extremamente necessario” comprar água… Não se assuste e nem fique com medo de passar sede durante o passeio… Lá em cima há uma lojinha que vende bebidas, picolés/sorvetes e algumas bugigangas.
O ingresso normal custa 25.000 COP e há desconto para estudantes e crianças (10.500 COP).*
→ Centro Histórico
A primeira impressão do centro histórico de Cartagena pode não ser das melhores… Além dos sempre presentes - e insistentes - ambulantes, a cidade é um tanto caótica, com trânsito confuso e barulhento (eles amam a buzina). Mas com o tempo você se acostuma e, depois que passa a apreciar as ruelas com suas varandas floridas, o passeio passa a ser bastante agradável!
Também conhecida por Ciudad Amurallada, a região possui esse nome por ser cercada por uma muralha de 11 quilômetros, construída por quase dois séculos (entre XVII e XIX), cuja função era proteger a cidade de ataques [piratas] estrangeiros. Além de andar pelas ruas do centro histórico, é possível também caminhar pela muralha (de preferência no finalzinho da tarde, quando o sol está mais fraco) e apreciar o mar, seus baluartes e o magnífico pôr do sol caribenho. O ponto mais “disputado” para assistir a esse verdadeiro espetáculo da natureza é na altura do Café del Mar.
→ Las Bóvedas
Construído como um local à prova de bomba para servir de depósito e abrigar a tropa Colombiana, Las Bóvedas foi a obra que culminou no “fechamento” da muralha que cerca a Ciudad Amurallada. Após a Independência, o local foi utilizado como cadeia e, atualmente, abriga um mercado de artesanato com várias opções de lembrancinhas. Mesmo quem não pretende comprar nada, vale a pena visitar o lugar e apreciar suas 23 abóbodas.

→ Plaza de los Coches
A Plaza de los Coches (Praça dos Carros) está localizada logo após ao que, antigamente, era a entrada principal da cidade: a Boca del Puente. Construído em 1601, o lugar recebeu esse nome em decorrência da ponte levadiça que servia de ingresso à cidade murada, unindo o bairro de Getsemaní ao centro. Atualmente a ponte não existe mais, mas há três arcos que servem para fazer o trânsito de pedestres e sobre os quais foi erguida, posteriormente, a Torre do Relógio, um dos principais símbolos de Cartagena de Índias.
No centro da praça, há uma estátua do Pedro de Heredia, o fundador da cidade e, em frente à entrada, vê-se o Portal dos Doces, onde são vendidos doces tradicionais e típicos da Colômbia.

→ Plaza de la Aduana
A Plaza de la Aduana é a maior praça da cidade e recebeu esse nome por ter abrigado a Casa da Alfândega. A praça, onde já foi realizado o mercado de escravos, é rodeada de casarões antigos que demonstram a riqueza dos tempos áureos da cidade. No seu centro, há uma estátua em homenagem a Cristóvão Colombo e, ao seu redor, encontram-se a prefeitura de Cartagena de Índias e a Oficina de Informação Turística.

→ Plaza San Pedro Claver
Nesta praça se encontram a igreja e o mosteiro de San Pedro Claver, ambos construídos no começo do século XVII por religiosos da comunidade jesuíta. O local recebeu esse nome em homenagem a Pedro Claver, que outrora fora considerado traidor por defender os negros e, posteriormente, acabou santificado por sua luta pela libertação dos escravos. O templo possui um claustro e abriga um museu de arte sacra onde os restos do missionário, que viveu e morreu no convento adjacente à igreja, são conservados em uma una urna do altar-mor feita em mármore. Na cúpula da igreja há a inscrição em latim com os dizeres “Pedro Claver, escravo dos negros escravos para sempre.”

→ Plaza de Bolívar
Com muitas árvores e bancos, essa simpática praça, que já serviu de cenário para a Inquisição, serve atualmente de homenagem a Simón Bolívar, responsável pela independência de várias colônias espanholas, cuja estátua se encontra no centro da praça. O local também serve de palco para apresentações de dança com músicas típicas.

→ Museu del Oro Zenú
Inaugurado em 1982 pelo Banco de la República, o museu abriga uma coleção de ouro e cerâmica pertencentes às principais culturas precolombinas, dentre elas a cultura indígena Zenú. Há muitas peças feitas em ouro que ficam dentro de uma "sala-cofre". A visita é rápida e gratuita. Dentro do museu há a opção de contratar guia para acompanhar a visita.

→ Museu Histórico de Cartagena
Também conhecido como Casa de la Inquisición, o local é uma construção do período colonial que, desde 1610, era utilizado para julgar os crimes praticados contra a fé católica pelo Tribunal do Santo Ofício. Em 1811, os inquisidores foram expulsos, mas retornaram em 1815 e continuaram até 1821. Atualmente, o museu abriga um arsenal de aparelhos de tortura usados pela igreja na idade média e, nas salas superiores, possui exposições sobre a história da cidade na época da colonização.
A entrada custa 18.000 COP e estudantes pagam 15.000 COP.* Esse bilhete não inclui o serviço de guia - apesar de eles te "laçarem" logo na entrada e já saírem te encaminhando para a visita guiada sem avisar que só irão cobrar pelo serviço ao final...

→ Catedral Metropolitana
A Basílica Menor Santa Catalina de Alejandría é o principal templo religioso de Cartagena e demorou cerca de 84 anos para ser construído. A igreja abre apenas no horário das missas ou para turistas que pagam a visita com audioguia.

→ Igreja de Santo Domingo
Construída no final do século XVI, a Igreja de Santo Domingo é um dos monumentos religiosos mais antigos de Cartagena. Na praça homônima à sua frente, está a escultura Gertrudis, La Gorda, de Botero, e alguns bares e restaurantes que fazem do local um ponto boêmio à noite.

Para terminar, vale a pena tecer algumas considerações sobre a cidade:
1. O táxi em Cartagena é bem barato, mas não há taxímetro; é preciso negociar o preço antes da corrida;
2. Há táxis comuns (amarelos) e especiais (brancos). Os especiais são veículos mais novos e não são muito mais caros que os comuns (compensa!);
3. A maioria dos táxis não possui o sinal luminoso no teto. Então, a tática deles para avisar que estão disponíveis é diminuir a velocidade e tacar a mão na buzina (de novo, eles amam buzinar!!!);
4. Caminhar pela Ciudad Amurallada é um passeio muito gostoso, mas esteja preparado para enfrentar uma multidão de vendedores ambulantes… Eles estão em todos os lugares, são muito insistentes e vendem de tudo um pouco. Deu até vontade de vestir uma camisa com a frase “no, gracias”... rs Mas, sinceramente, não sei se isso resolveria o “problema”;
5. Por fim, não aceite nada “de graça”, principalmente os serviços de guia turístico e os passeios de charrete: eles vão te cobrar preços exorbitantes ao final.
*Preços de abril/2016.
Fotos: Arquivo pessoal.
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